Elke Maravilha, nome artístico de Elke Georgievna Grunnupp (em russo: Элке Георгевна Груннупп; Leningrado, 22 de fevereiro de 1945 — Rio de Janeiro, 16 de agosto de 2016), foi uma manequim, modelo, jurada, apresentadora e atriz nascida na Rússia com cidadania alemã radicada no Brasil. Filha do russo George Grunupp e da alemã Liezelotte von Sonden, Elke nasceu na antiga Leningrado, hoje São Petersburgo.
Ela tinha seis anos quando sua família emigrou para o Brasil, fugindo
de perseguições políticas do stalinismo soviético. O casal e os três
filhos, privados da cidadania russa, se estabeleceram primeiramente em
um sítio em Itabira, MG. Em 1955 sua família arrendou terras em Atibaia, SP, dedicando-se ao cultivo de morangos. Em seguida, a família mudou-se para Bragança Paulista, SP, onde também cultivou a terra. De volta a Minas Gerais, foi escolhida Glamour Girl em Belo Horizonte em 1962. Foi nesse período que foi naturalizada brasileira. Aos 20 anos, ela saiu de casa para morar sozinha no Rio de Janeiro,
RJ, onde arrumou emprego como secretária bilíngue, valendo-se de sua
fluência em oito idiomas, muitos deles aprendidos no próprio ambiente
familiar, além de ser a mais jovem professora de francês da Aliança
Francesa e de inglês na União Cultural Brasil – Estados Unidos. Nesse meio tempo seu pai tornou-se diretor da Liquigás e foi transferido para Porto Alegre, RS. Elke então voltou a morar com a sua família em Porto Alegre entre 1966 e 1969, onde cursou cadeiras nas faculdades de Filosofia, Medicina e Letras da UFRGS e se formou tradutora e intérprete de línguas estrangeiras. Começou a atuar como modelo e manequim aos 24 anos, em 1969, no mesmo período em que se casou com o escritor grego Alexandros Evremidis, o primeiro de seus oito casamentos. No início da carreira Elke conheceu a estilista Zuzu Angel, de quem se tornou amiga. Durante a ditadura militar, em 1971, ela foi presa por desacato no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, por rasgar cartazes com a fotografia de Stuart Angel Jones, filho da amiga Zuzu, alegando que ele já havia sido morto pelo regime. Foi enquadrada na Lei de Segurança Nacional e perdeu a cidadania brasileira, o que a deixou apátrida.
Só foi solta depois de seis dias após a intervenção de amigos da classe
artística. Anos depois, requisitou a cidadania alemã, a única que
possuía. A história da estilista foi contada nos cinemas em 2006 no longa Zuzu Angel. No filme, Elke foi interpretada pela atriz Luana Piovani e fez uma participação especial. Sua vida pessoal sempre foi conturbada. Morou em diversos países e teve
oito casamentos, com homens de diversas nacionalidades. Fez três
abortos, fruto de seus três primeiros casamentos, pois jamais quis ser
mãe, e sempre achou que com seu jeito rebelde de ser, jamais poderia
educar uma criança de forma digna. Morreu, aos 71 anos, na madrugada de 16 de agosto de 2016 por volta da 01:00, vítima de falência múltipla dos órgãos,
por não ter reagido bem aos medicamentos durante uma cirurgia para
tratar duma úlcera, por conta de sua idade e da presença de diabetes.
A atriz estava internada na Casa de Saúde Pinheiro Machado, em
Laranjeiras, na Zona Sul do Rio, desde o dia 20 de junho, após uma
cirurgia para tratar uma úlcera. O corpo foi velado no Teatro Carlos Gomes, no Rio, na manhã do dia 17 de agosto.
Antes de ser internada, Elke pediu a seu irmão Frederico que ela
estivesse linda em seu enterro. Portanto, ela foi vestida com um vestido
feito especialmente para o seu musical "Elke Canta e Conta" e maquiada
por amigos do jeito que ela costumava se maquiar. O corpo foi enterrado por volta das 17h do dia 17 de agosto no Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul do Rio.
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