sábado, 17 de janeiro de 2015

"Década de 2010" (Terrorismo: Massacre do Charlie Hebdo)


 





 Massacre do Charlie Hebdo foi um atentado terrorista que atingiu o jornal satírico francês Charlie Hebdo em 7 de janeiro de 2015, em Paris, resultando em doze pessoas mortas e cinco feridas gravemente. O ataque foi perpetrado pelos irmãos Saïd e Chérif Kouachi, vestidos de preto e armados com fuzis Kalashnikov, na sede do semanário no 11º arrondissement de Paris, supostamente como forma de protesto contra a edição Charia Hebdo, que ocasionou polêmica no mundo islâmico e foi recebida como um insulto aos muçulmanos. Eles mataram 12 pessoas, incluindo a equipe do Charlie Hebdo e dois agentes da polícia nacional francesa, e, durante o tiroteio, feriram mais outras 11 pessoas que estavam próximas ao local.No mesmo dia, outro francês muçulmano, Amedy Coulibaly, ligado aos atacantes do jornal, matou a tiros uma policial em Montrouge, nos subúrbios de Paris, e no dia seguinte invadiu um mercado kasher perto da Porte de Vincennes fazendo reféns, num novo ataque que terminou com mais quatro mortos após a invasão do estabelecimento pela polícia francesa. No dia seguinte ao massacre, a ação foi reinvidicada pela seção da Al-Qaeda baseada no Iêmen.No total, durante os eventos entre 7 a 9 de janeiro, ocorreram 20 mortes em atentados terroristas na região de Île-de-France, em Paris.Centenas de pessoas e personalidades manifestaram seu repúdio aos ataques orquestrados contra o jornal. O presidente da França, François Hollande, decretou luto nacional no país no dia seguinte ao atentado. Em 11 de janeiro, cerca de três milhões de pessoas em toda a França, incluindo mais de 40 líderes mundiais, fizeram uma grande manifestação de unidade nacional para homenagear as 17 vítimas dos três dias de terror. A frase "Je suis Charlie" (francês para" Eu sou Charlie") transformou-se em um sinal comum, em todo o mundo, de prestar solidariedade contra os ataques.Charlie Hebdo é um jornal semanal satírico francês, com caricaturas e piadas. Com um tom Irreverente e estridente, a publicação é fortemente antirreligiosa e de esquerda, sendo que costuma publicar artigos sobre extrema-direita, catolicismo, islamismo, judaísmo, política e cultura. O jornal foi publicado pela primeira vez de 1969 a 1981. Ela foi recriada em 1992. A publicação, que tem uma histórico de polêmicas, foi alvo de um processo judicial sem sucesso aberto por entidades islâmicas em 2006 por conta de charges do Jyllands-Posten sobre Maomé. A capa de uma edição de 2011, apelidada de Charia Hebdo, mostrava uma caricatura do profeta islâmico Maomé. O escritório do jornal, na época no 20º arrondissement, foi alvo de uma explosão causada por uma bomba e seu site foi hackeado. Em 2012, o jornal publicou uma série de caricaturas de Maomé, incluindo caricaturas de nudez; isto veio dias depois de uma série de ataques contra as embaixadas dos Estados Unidos no Oriente Médio, supostamente em resposta à ao filme anti-islâmico A Inocência dos Muçulmanos, o que levou o governo francês a fechar embaixadas, consulados, centros culturais e escolas internacionais em cerca de 20 países de maioria muçulmana.A polícia passou a patrulhar a redação do jornal para protege-la contra possíveis ataques.O cartunista Stéphane "Charb" Charbonnier foi o editor-chefe de 2009 até sua morte no massacre de 2015. Em 2013, ele foi adicionado na lista dos mais procurados pela Al-Qaeda, juntamente com três funcionários do Jyllands-Posten: Kurt Westergaard, Carsten Juste e Flemming Rose.No dia do ataque, a capa do Charlie Hebdo mostrava uma caricatura de Michel Houellebecq, cujo mais recente livro, SOUMISSION, é um romance que retrata a França em 2022, quando um homem muçulmano é eleito presidente do país. Desenhos de Charb na mesma edição, intitulado "Ainda nenhum ataque terrorista na França", mostra um jihadista armado dizendo "Espere ... podemos comemorar o Ano Novo até o final de janeiro." Das doze vítimas, 11 morreram dentro da sede do editorial e uma do lado de fora. Dois eram agentes policiais responsáveis pela segurança do prédio em virtude das ameaças que o editorial vinha recebendo de extremistas. O policial Franck Brinsolaro foi morto dentro do prédio, e o policial Ahmed Merabet, do lado de fora. Das outras 10 vítimas, 8 eram membros da equipe editorial do jornal. Eram estes 8, os cartunistas Charb, Cabu, Tignous, Honoré e Georges Wolinski, o economista Bernard Maris, a colunista e psicanalista Elsa Cayat e o corrector Ourrad Moustapha. Os outros dois eram o editor Michel Renaud convidado por Cabu e Frédéric Boisseau, empregado da Sodexo que trabalhava no local.

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