quarta-feira, 8 de setembro de 2010

"Década de 2000" (Personalidades - Miguel Arraes)








Miguel Arraes

A volta de Miguel Arraes após 15 anos de exílio


Miguel Arraes de Alencar (Araripe, 15 de dezembro de 1916) - Recife, 13 de agosto de 2005), foi um advogado, economista e político brasileiro. Popularmente conhecido como "Pai Arraia" ou "Dr. Arraes", Miguel Arraes foi uma personalidade de destaque no cenário nacional, membro e importante líder do Partido Socialista Brasileiro (PSB). Naceu no interior do Ceará, único filho homem de Maria Benigna Arraes de Alencar e José Almino de Alencar e Silva. Casou-se duas vezes e teve oito filhos destacando-se, Guel Arraes (diretor de TV e cinema), Ana Arraes (Deputada Federal e Mãe do atual governador de Pernambuco Eduardo Campo). Foi prefeito do Recife , deputado estadual, deputado federal e por três vezes governador do estado de Pernambuco. Em 1932, aos dezessete anos, foi aprovado no vestibular da Faculdade de Direito da Universidade do Brasil (atual UFRJ). Simultaneamente, também foi aprovado no concurso público de Escriturário do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), sendo lotado em Recife. Formou-se em 1937 e no ano seguinte foi promovido a assistente do diretor de Fiscalização passando depois a ser chefe de Secretaria. Em 1943 ascendeu a Delegado Regional, ocupação que deixou em 1947, ao assumir a Secretaria de Fazenda do Estado de Pernambuco. Elegeu-se governador em 1962, com 47,98% dos votos, pelo Partido Social Trabalhista (PST), apoiado pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) e setores do Partido Social Democrático (PSD). Seu governo foi considerado de esquerda, pois forçou usineiros e donos de engenho da Zona da Mata do Estado a estenderem o pagamento do salário mínimo aos trabalhadores rurais (o Acordo do Campo) e deu forte apoio à criação de sindicatos, associações comunitárias e às ligas camponesas. Com o golpe militar de 1964, tropas do IV Exército cercaram o Palácio das Princesas (sede do governo estadual). Foi-lhe proposto que renunciasse ao cargo para evitar a prisão, o que prontamente recusou para, em suas palavras, "não trair a vontade dos que o elegeram". Em consequência foi preso na tarde de 1º de abril. Deposto, foi encarcerado em uma pequena cela do 14º Regimento de Infantaria do Recife, sendo posteriormente levado para a Ilha de Fernando de Noronha, onde permaneceu por onze meses. Após receber o Habeas Corpus, Arraes foi orientado por seu advogado, Sobral Pinto, a exilar-se, sob pena de voltar a ser preso pela ditadura. Libertado em 25 de maio de 1965, exilou-se na Argélia. Durante o exílio foi condenado a revelia por 23 anos de prisão pelo crime de "subersão". Em 1979, com a anistia, volta ao Brasil e à política. Cerca de 50 mil pessoas estiveram presentes no bairro de Santo Amaro para o comício de boas vindas. Elegeu-se Deputado Federal (1982), Governador de Penambuco (1986). Seu governo foi caracterizado por programas voltados ao pequeno agricultor, como o "Vaca na Corda" o "Chapéu de Palha", que empregava canavieiros, no período da entre-safra e o programa foi a eletrificação rural. Foi eleito mais uma vez em 1994, aos 78 anos. Seu último governo foi marcado pela crise financeira do estado e pela greve dos policias civil e militar. Perde a reeleição. Em 2002, com 86 anos, vence sua última eleição, elegendo-se o quarto deputado federal mais votado do estado de pernambuco. No dia 12 de agosto de 2005, Miguel Arraes faleceu depois de 59 dias de internação na UTI do Hospital Esperança, no Recife. Na ocasião de sua morte o presidente Lula divulgou a seguinte nota, após decretar luto oficial por três dias: "Arraes foi, sem dúvida, uma das maiores lideranças das lutas populares que marcaram a segunda metade do século 20 no Brasil".

Nenhum comentário:

Postar um comentário