O Airbus 320, que fazia o voo entre Barcelona e Duesseldorf, atingiu uma
montanha nos Alpes-de-Haute-Provence, nesta terça-feira 24/03/2015, após cair por 8 minutos. Todos os 150
passageiros e tripulantes morreram. Segundo o promotor Brice Robin, as gravações de uma das caixas-pretas do
voo revelaram que em determinado momento do voo o piloto deixou o
cockpit do avião para ir ao banheiro. Naquele momento, o copiloto, de
nacionalidade alemã, se trancou sozinho na cabine de comando. Ele então alterou o sistema de orientação do avião para iniciar a
descida. O piloto bateu na porta da cabine para voltar, mas o copiloto
permaneceu em silêncio. "Eu penso que voluntariamente ele se recusou a abrir a porta e apertou o botão para o avião descer", disse Robin. O promotor disse acreditar que o copiloto, identificado como Andreas Lubitz, cometeu suicídio. Depois que o avião
atingiu a altura e a velocidade estabelecidas para a rota, o piloto
revisou em voz alta os procedimentos de aproximação e pouso em
Duesseldorf. As gravações indicam que o copiloto respondeu aos questionamentos do comandante de forma "lacônica", segundo Robin. Segundo ele, foi possível então ouvir o barulho da cadeira no
momento em que o piloto se levantou para sair da cabine de comando e ir
ao banheiro. O copiloto não abriu a porta da cabine para que ele
retornasse. "Naquele momento, o copiloto estava no controle do
avião. Enquanto estava sozinho, ele apertou os botões do sistema de
monitoramento de voo para iniciar a descida do avião. Essa atitude nos
controles de altitude só pode ter sido deliberada". "Ele apertou o botão por um motivo que ainda não sabemos, mas aparentemente o objetivo era destruir o avião", disse Robin. Depois
que a aeronave começou a descer em alta velocidade, as gravações
registraram o barulho do piloto batendo na porta da cabine com mais
força e pedindo que a porta fosse aberta por meio de um alto-falante. Os
registros indicam que aparentemente Lubitz não respondeu aos chamados,
ficando em silêncio absoluto por cerca de oito minutos. As
gravações registraram em seguida membros do controle aéreo e pilotos de
outros aviões fazendo contato pelo rádio – sem receber resposta. O
som registrado mostrou então que o piloto tentou arrombar a porta - sem
sucesso, pois o cockpit tem mecanismos para evitar invasões. Em seguida, foi possível ouvir gritos de passageiros e o barulho dos alarmes do avião indicando a aproximação do solo. Os
investigadores conseguiram ouvir a respiração do copiloto até o momento
do impacto – o que indica que ele estava vivo e consciente. Registros médicos mostraram que Lubitz afirmou que tomava remédios para
depressão, ansiedade e ataques de pânico, afirmou o Bild, acrescentando
que esses medicamentos incluíam o tranquilizante Lorazepam.
O copiloto alemão do voo da Germanwings que caiu em 24 de março nos Alpes
franceses com 150 pessoas a bordo havia pesquisado na internet
informações sobre suicídio e portas blindadas de cabine de avião,
anunciou a justiça da Alemanha.
Embora Lubitz tenha falado aos médicos sobre o seu trabalho como piloto,
e em alguns casos sobre o seu empregador, a Germanwings, ele de forma
deliberada escondeu que estava em atividade. O jornal alemão Bild publicou que Lubitz teria supostamente mentido para médicos, dizendo que ele estava em período de licença médica e não pilotando voos comerciais. Assim, se Lubitz tivesse
dito aos médicos que ainda voava, eles poderiam se sentir no dever de
quebrar a relação de confidencialidade com o paciente e informar aos
empregadores porque ele poderia representar um perigo para outras
pessoas.
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