Apolônio Jorge de Farias Salles, ou simplesmente
Apolônio Salles, filho de José Francisco de Farias Salles e Maria
Augusta de Jorge Salles, nasceu em 24 de agosto de 1902, na cidade de
Altinho (Pernambuco), vindo a falecer no Rio de Janeiro, em 10 de
dezembro de 1982. Casado com Isabel Irene Dias Salles, teve sete filhos:
Mauro Bento, Luís Marcelo, Apolônio, Izabel, Maria Regina, Maria de
Fátima e Cláudio José. Fez seu curso primário no Colégio Municipal de
Altinho, completando o curso secundário no Colégio São Bento, em Olinda.
Formou-se em Agronomia pela Escola Superior de Agricultura de São
Bento, turma de 1923, mantida pelos monges beneditinos, então localizada
no santuário ecológico do Engenho São Bento, em São Lourenço da Mata,
Pernambuco. Exerceu por muitos anos o magistério naquela Escola,
ocupando diversas cadeiras, sendo aposentado como Professor Catedrático
de Agricultura e Genética, pela Escola Superior de Agricultura de
Pernambuco. Nomeado Engenheiro Agrônomo da Secretaria de
Agricultura, Indústria e Comércio de Pernambuco, desempenhou além de
outros cargos, o de Chefe do Serviço Estadual de Cana-de-Açúcar, sendo o
introdutor de modernas técnicas de irrigação na Usina Catende, em
Pernambuco. Como Secretário de Agricultura de Pernambuco, entre outros
eventos criou postos de criação de animais em diversos municípios,
usinas de recebimento, resfriamento e distribuição de leite, serviços de
avicultura e de piscicultura e o Parque de Exposição de Animais, no
Recife. Ministro da Agricultura por duas vezes, assinou diversos acordos
internacionais para produção de borracha, criou a Superintendência do
Vale Amazônico, o Banco de Crédito da Borracha da Amazônia, o Banco
Nacional de Crédito Cooperativo, reorganizou o Serviço de Meteorologia e
o Centro Nacional de Ensino e Pesquisa, elaborou o Plano de Mecanização
da Lavoura, criou o Núcleo Colonial Agro-Industrial do São Francisco,
em Petrolândia. Ainda, como Ministro da Agricultura, lançou uma
campanha em prol da exploração da Cachoeira de Paulo Afonso, com um
projeto prevendo a construção de uma usina piloto de 5 MW para auxiliar a
construção de uma grande usina capaz de resolver o déficit energético
do nordeste. Não tardou Apolônio Salles, a receber de um grupo de
economistas sulistas apoiado pelas correntes políticas então dominantes
no país forte pressão, “defendendo a tese de que novos empreendimentos
de geração de energia elétrica deveriam ser realizados no Sudeste, onde a
demanda era maior e já vinha ocorrendo racionamento”. Não desistiu. Vai
aos Estados unidos, e traz valiosas informações sobre a organização da
Tennessee Valley Authority (TVA), primeiro órgão governamental
norte-americano de desenvolvimento regional. Elabora um
anteprojeto de criação de uma sociedade por ações, levando-o ao
Presidente Getúlio Vargas, que não apenas convencido, mas, também
entusiasmado com os argumentos apresentados por Apolônio Salles, assina o
Decreto-Lei nº 8.031, de 03 de outubro de 1945, autorizando a criação
da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) pelo Ministério da
Agricultura, abre um crédito especial de duzentos milhões de cruzeiros
para subscrição de ações e concede licença à Chesf, pelo prazo de
cinqüenta anos, para efetuar o aproveitamento progressivo da energia
hidráulica do São Francisco entre Juazeiro (BA) e Piranhas (AL). Eleito e reeleito senador, sendo líder da maioria, vice-presidente e presidente do Senado Federal. Oportuno
relembrar os idos de julho de 1946, quando Apolônio Salles fez o
lançamento oficial da campanha do aproveitamento da energia da Cachoeira
de Paulo Afonso, a convite do Diretório Acadêmico de Agronomia e
Veterinária da Escola Superior de Agronomia e Veterinária de Pernambuco,
então presidido pelo acadêmico de Agronomia Lindalvo Virgílio de Faria,
hoje, membro da Academia Pernambucana de Ciência Agronômica. Inegavelmente,
o visionário, o obstinado e o combativo Apolônio Jorge de Farias
Salles, como técnico, educador e político merece figurar eternamente na
galeria dos benfeitores do Nordeste e do Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário