Cientistas da Nasa (Agência Espacial Norte-Americana)
anunciaram nesta segunda-feira (28/09/2015) uma descoberta sem precedentes em
Marte: existem provas de água líquida e corrente no planeta. "A
viagem a Marte ficou ainda mais fascinante", declarou a Nasa em
conferência com o diretor de ciências planetárias da Nasa, Jim Green, o
chefe do Programa de Exploração de Marte, Michael Meyer, entre outros esquisadores da agência. "Agora é possível que exista vida em Marte." "Nossa missão em Marte tem sido a de 'seguir a água', em nossa busca
por vida no Universo. E agora temos evidências convincentes que validam o
que temos suspeitado por muito tempo", disse o astronauta John
Grunsfeld. É um avanço significativo, que confirma que a água, embora salgada, está fluindo hoje sobre a superfície de Marte (John Grunsfeld). O próximo passo é saber da onde a água vem, ressaltaram os especialistas. Imagens da sonda MRO, que está em órbita do planeta vermelho,
localizaram leitos de 100 metros de comprimento (aproximadamente um
campo de futebol) e menos de 5 metros de largura. A hipótese
inicial, publicada na revista "Nature Geoscience", é de a
água corre ali, nos dias de hoje, e forma as estrias. Os
pesquisadores apostam ainda que a água é salgada, porque já foram
encontrados nas marcas da cratera Hale sais hidratados, provavelmente
uma mistura de perclorato de magnésio, clorato de magnésio e perclorato
de sódio. Imagens de alta resolução mostraram ainda que as
estrias aparecem nas encostas da cratera durante as estações quentes e
alongam-se para, em seguida, desaparecerem durante as estações mais
frias. A variação de temperatura sugere que elas sejam feitas por água
líquida. A grande novidade é que o cientista Lujendra Ojha,
especialista no assunto, e seus colegas criaram um método para decifrar o
espectro dos pixels das imagens enviadas pela sonda e conseguiram
comprovar que, em todos os locais examinados, foi detectada a presença
de sais minerais hidratados que precipitam da água. Por outro lado, os
sinais de sais não aparecem nos espectros do terreno ao redor das
estrias. Eles concluíram, portanto, que existe uma ligação entre
as estrias e os sais depositados com o fluxo de água salgada em Marte.
"A detecção de sais hidratados sobre as encostas [e não nos arredores]
significa que a água desempenha um papel vital na formação dessas
estrias", disse Ojha. Segundo a Nasa, o próximo passo é mandar,
em parceria com a Rússia, uma sonda para investigar o interior de Marte,
o que está marcado já para 2016. Em 2018, deve ir uma sonda para
análise da matéria orgânica. Em 2020, vai uma missão para coletar
amostras do que está escondido sob a superfície e para descobrir se é
possível enviar astronautas para o planeta.Vizinho querido
Conhecido como o planeta vermelho, Marte sempre despertou grande
curiosidade e interesse nos terráqueos, em parte por ser um dos planetas
mais próximos da Terra com possibilidade de ter tido vida em algum
momento de sua história.